terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CRISE DE AUDIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO OU FARSA IDEOLÓGICA? (2ª PARTE)

Os Erros Das Proposições e a Invalidade Do Paradigma Da Pesquisa.

Para lembrar o leitor, em 19/11 publiquei texto homônimo¹ em que fazia uma análise inicial geral de uma pesquisa intitulada “A crise de audiência no Ensino Médio” realizada pelo IBOP , a pedido do INSTITUTO UNIBANCO. A análise demonstra que se trata de uma campanha de orientação neoliberal, contra a Educação Nacional, principalmente a de nível Médio, cujos princípios são norteados para a formação da cidadania.

No primeiro texto, anunciei que iria demonstrar a verdadeira intenção desta campanha ideológica/neoliberal contra a Educação e que publicaria em breve uma análise crítica completa da pesquisa apresentada no Seminário de São Paulo (17/11), expondo os absurdos e equívocos anunciados: a manipulação que há por trás da ideia de “crise no Ensino Médio”, a invalidade da pesquisa a partir dos erros conceituais de um suposto paradigma; os equívocos das proposições e das premissas usadas, os conceitos inadequados para “tempos e espaços escolares” e a culpabilidade imputada aos professores pela suposta crise.

Por se tratar de uma longa pesquisa com diversos dados e nuances e, por entender que não poderia deixar de analisar as implicações a que nos leva cada um destes aspectos, resolvi publicar minhas notas em partes, usando o mesmo título e, no subtítulo, o tema a ser analisado. Feitas estas observações ao leitor, continuo o exame a que me proponho: Parte- 2.

A INVALIDADE DO PARADIGMA DA PESQUISA

A pesquisa apresentada no seminário em SP foi estrutura em três blocos: 1º) Paradigma e metodologia 2º) dados dos alunos (oportunidade de aprender) e 3º) dados do professor (oportunidade de Ensinar), com um anexo sobre a situação do E.M. noturno. Tratarei aqui do primeiro bloco, ainda que abordando aspectos dos demais itens como apoio à análise principal.

Segundo os signatários, a metodologia utilizada foi a mesma realizada para apurar audiências de TV. Foi realizada em 2010, em 36 turmas do E.M. de 18 Escolas Públicas, em três grandes Centros Urbanos (possivelmente SP, MG e RS), com alunos da faixa etária entre 17 e 18 anos.

Os pesquisadores monitoraram e cronometraram aulas em salas dessas escolas, como observadores, e anotaram em formulário os seguintes dados: 1) tempo efetivo de aula, (foi considerado tempo efetivo de aula, o espaço de tempo inicial em que o professor se dirigia à turma abordando o conteúdo, e esta posicionada em atenção à fala do professor. O tempo final foi considerado quando a abordagem oficial sobre o conteúdo terminava), 2) tipo de aula, (foram considerados três tipos: aula expositiva, atividades em sala ou externas com o professor titular da turma) e 3) Faltas de Professores e/ou alunos, (se houve ou não aula no dia e a quantidade de tempo sem aula).

A partir daí definiram dois vetores, denominados: 1)“Oportunidade de aprender” (o aluno presente em sala) e 2)“oportunidade de Ensinar” (o professor presente em sala dando aula) o que gerou uma resultante, denominada “Audiência” que é o paradigma da pesquisa, o elemento chave, utilizado para desenvolver toda a metodologia. Tudo para determinar o tempo real do que se considerou aula.

Assim, Audiência foi o modelo para definir o espaço tempo de aula  e a partir desta definição apurar o tempo desta Aula para concluir a quantidade de ensino o aluno está tendo, as perdas de Horas/aulas e os motivos. Portanto a Audiência é o que caracteriza a aula e este é o conceito paradigmático nuclear para as inferências feitas na pesquisa.

Ora, já na escolha dessa resultante (Audiência) como elemento paradigmático metodológico da pesquisa, podemos observar um erro de concepção do que seja aula. Isso compromete de pronto a pesquisa e suas inferências.

O conceito-chave da pesquisa definitivamente não se aplica à realidade escolar. É incompatível ao conceito e significado mesmo do que seja Aula. Isto invalida a metodologia adotada para aferir o “tempo de aula”. – O que será abordado em outro momento. Com isso, o conceito chave que norteia e dá sustentação à ideia central da pesquisa está extemporâneo, está deslocado, fora de contexto. E por isso é inválido como paradigma ou modelo. Senão vejamos. Etmologicamente² o termo “Audiência” significa:

1) Atenção que se presta a quem fala. 2) Recepção dada por qualquer autoridade a pessoas que lhe desejam falar. 3) Número de pessoas que assistem a determinado programa de rádio ou de televisão. 4) Dir. Sessão do tribunal, em que o juiz interroga as partes, ouve os advogados e pronuncia o julgamento. A. contraditória, Dir: aquela em que são ouvidas as partes que litigam.

Veremos que em qualquer dos sentidos etimológicos acima, o conceito de Audiência utilizado não retrata o que seja uma aula. A pesquisa errou em seu objeto real de investigação e acabou por produzir outro objeto, distinto de aula, composto de dois vetores e uma variante exótica - a realidade escolar.

O paradigma utilizado é aplicado ao universo conhecido dos realizadores da pesquisa (IBOP). Um instituto de pesquisa televisiva, com seu método de apuração de audiência de TV, domiciliar ou individual. Neste universo, o sentido de Audiência é entendido, em seu uso mais popular, como (o conjunto de pessoas que estão assistindo a determinado programa de TV). Porém, se aplicarmos este modelo na Educação, como foi feito, e o analisarmos à luz dos sentidos etimológicos (acima), que parece ter sido o sentido aplicado, perceberemos uma fraca e ultrapassada leitura e interpretação do que seja uma aula. Isso por que, “Audiência” alude a uma relação entre ouvintes passivos, aqueles que assistem a um espetáculo ou a alguém,  neste caso, os alunos, e pressupõe um orador, aquele que fala ao um público, aqui, neste sentido, o professor.

Sendo assim, ao usar o paradigma da “Audiência” está se concebendo, por analogia, a atividade Aula como algo estático e formal. O que não condiz com a realidade. Em outros termos; comparar aula e presença dos alunos em sala, com audiência (aqueles que assistem), significa conceber aula como uma ação estática, fria e distante, colocando aqueles como telespectadores diante de uma tela eletrônica. E o professor como uma espécie de animador de auditório, distante afetivamente do seu  interlocutor.

Uma das revistas de divulgação da pesquisa apresenta na capa uma ilustração emblemática sobre o que estou dizendo: há em segundo plano o desenho de uma escola e, no primeiro, uma mão apertando botões de um controle remoto de TV direcionado à escola.

Ora! Presença, sala de aula, relação de ensino/aprendizagem, professor/aluno, não equivalem nem a uma coisa nem a outra. Pelo contrário, sala de aula ou mesmo a escola se equiparam a uma ágora grega, onde a aula acontece como uma atividade efervescente. É o locus onde se dá a socialização, o encontro de pessoas que se relacionam em torno de uma das mais essenciais necessidades humanas: a  troca de saberes, o debate de ideias, em que as várias Ciências se colocam como objetos vivos do saber, pelos quais se revisitam valores, expectativas de vida, história, memória, conhecimentos, aprendizagens, concepções políticas.

Aula é um tempo e espaço diário, onde comumente se forjam mais claramente os desejos e planos, onde a angústia pelo conhecer vai ao encontro do prazer com a realidade experimentada, experiência que diz respeito aos seus sujeitos, numa relação direta, presencial, intersubjetiva, calorosa.

Em síntese, está posta intrinsecamente neste espaço de convivência e socialização (escola ou sala de aula), uma interação afetiva e interativa, motivada pela busca do conhecimento. Ainda mais em se tratando de jovens no auge de suas expectativas de vida, ávidos pelo desvelamento do mundo do saber, do viver e do ser, na prática mesma das relações humanas com o outro. Isso não se iguala a uma postura inerte de telespectador diante de uma TV.  Audiência é uma concepção que se liga a telespectador ou radiouvintes e refere-se, ao contrário de aula, a um postar-se passivo diante de uma tela de imagens e sons, o que não se vê na atividade “Aula”.

O telespectador assiste; o aluno interage, o telespectador é passivo; o aluno é ativo, o telespectador se põe diante da TV numa posição unilateral e distante: não está inserido naquilo. Aula é uma relação de alteridade, entre o eu e o outro, que se apresenta diante de mim, rico em significações e pluralidade de sentidos e emoções reais. Na aula o aluno é o outro polo que busca uma nova determinação em termos de uma ascensão crítica, dentro de uma cultura elaborada, de forma a elaborar novos conhecimentos, adquirir novas habilidades e modos de agir.

Na lógica da Audiência, o sujeito é aquele que recebe informações indiretas. Na lógica da aula, os sujeitos são: o professor e o aluno que participam dialeticamente da construção do conhecimento. O telespectador não dialoga, está diante de estímulos imagéticos, de sensibilizações e apelos eróticos e comerciais. Já o aluno dialoga e troca expectativas de vida, está diante de estímulos cognitivos, epistemológicos, racionais e psicológicos, orientados pedagogicamente. O telespectador não questiona com o outro, pois não há o outro. O aluno questiona e desenvolve raciocínios dialógicos na interação com o conhecimento e com aquilo que recebe e doa aos professores, colegas e meio ambiente socioescolar.

Na aula, o aluno assimila, analisa, constrói inferências, troca interpretações, dúvidas e inquietações internas com os colegas, e devolve ao professor numa espiral do conhecimento: percepção, problematização, significação, absorção, análise e crítica, até forjar o conhecimento. O que torna a aula uma construção cognitiva, dialética, qualitativa, valorativa e crítica sem equivalente. Isto é totalmente e essencialmente distinto de estar diante de uma TV.

A relação professor/aula/aluno é idiossincrática. Aluno e professores manifestam suas idiossincrasias, se interrelacionam de modo dinâmico, físico, mental e emocionalmente com os colegas. O professor conhece o aluno de perto, convive e participa de suas angústias e alegrias, tem com ele uma relação humana específica, conhece aspectos de sua história, às vezes até de sua origem e família. É uma relação existencial, qualitativa.

Enquanto a Audiência diz de uma concepção simplesmente numérica, quantitativa, “bancária”, número de pessoas que assistem a um programa de TV ou ouvem rádio. Esta concepção aplicada à Educação é o mesmo que perceber o aluno não como indivíduo ou sujeito, mas, como um algarismo. Aula não é assistir incólume ao professor, e este, como a um palestrante que profere uma fala ensaiada e hermética, a semelhança de um apresentador de programa de auditório, lendo um telepront (TP) animando a platéia.

Paulo freire ( 1921-1997) em 1967, já combatia esta mesma concepção de aula que está presente no conceito de “Audiência”, fazendo uma profunda crítica a esta concepção chamada por ele de “educação bancária”³. Em uma rápida passagem em um de seus livros ele diz:

“ Educação bancária é quando o educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador. Educa-se para arquivar o que se deposita. Mas o curioso é que o arquivado é o próprio homem, que perde assim seu poder de criar, se faz menos homem, é uma peça. O destino do homem deve ser criar e transformar o mundo, sendo o sujeito de sua ação. A consciência bancária -pensa que quanto mais se dá mais de sabe-. Mas a experiência revela que com este mesmo sistema sé se formam indivíduos medíocres, porque não há estímulo para a criação”.  (PAULO, Freire. Educação e Mudança. RJ.  Paz e Terra, 1983.p. 38).

Desculpe-me o leitor se serei repetitivo, mas é preciso frisar bem! Aula e presença não se equivalem a Audiência. O que significa dizer que o sentido implícito no conceito usado como paradigma da pesquisa está errado. Não se aplica à Educação, está preso apenas ao formato de platéia, sugerido por uma educação bancária. Talvez a disposição física tradicional de uma sala de aula, no formato de auditório, com carteiras perfiladas, quando vista a distância, de fora, possa provocar enganos, mas, quando vista de perto e por dentro, imediatamente se percebe que ali há uma relação viva, quente, pulsante.

Este contínuo diário de uma relação psicológica, simbiótica, dialógica, atemporal que se constrói entre aluno/professor, aluno/aluno em torno do conhecimento das diversas ciências, no espaço sociopedagógico da escola é que se denomina Ensino/aprendizagem.

Esta dedicação dos entes envolvidos no processo de ensino/aprendizagem pela investigação permanente e cotidiana, numa busca e descoberta emocionante do mundo, mediada pelo saber e pela didática, com o intuito de se realizar e estabelecer um dos mais valiosos princípios da natureza humana: a socialização dos homens na transmissão de valores fundamentais à vida; é o que consiste a aula. E nesta base relacional é que o ensino e o aprendizado acontecem, no mesmo momento em que as relações com os outros se dão num exercício moral, ético e antropológico evolutivo, dia a dia.

Daí, o erro do paradigma da pesquisa, gerado pela concepção equivocada do que seja Aula. Entenderam aula como uma relação simples, distante, entre orador e ouvinte, e a comparam equivocadamente à Audiência de TV.

Deste modo, só posso deduzir que, necessariamente, o paradigma da pesquisa não faz paralelo ao objeto pesquisado. Chega a ser até antagônico ao objeto real que se pretendeu pesquisar. E, se o objeto real da pesquisa não foi alcançado e decidiu-se por substituí-lo por outro, criando-se a sua dessemelhança, se, houve essa metonímia, se o paradigma acabou por tomar a forma pelo conteúdo, ou seja, Audiência por aula, então, toda inferência advinda desse raciocínio, está equivocada.

Isso torna a proposição de que há uma “crise de audiência no Ensino Médio” falsa, simplesmente por que não há que se falar em audiência no Ensino Médio. Por tanto, não pode haver crise de audiência onde não há audiência. Não pode haver predicado onde não ha sujeito. - E não é só pela invalidade do paradigma que não há crise no Ensino Médio,- demonstrarei  isso mais nas próximas notas.

Por fim, permitam-me insistir mais uma vez, o conceito chave, a resultante, o paradigma usado na pesquisa é inválido. Não serve sequer como analogia. E, se a proposição ou premissas não são válidas, logo toda dedução advinda delas também é falsa. Assim, entendo ter demonstrado o erro no paradigma e de algumas proposições da pesquisa, conforme prometido.

Por: Westerley Santos – Prof./Filósofo.
Dezembro/2011

Na parte-3, analisarei os Blocos 2 e 3 da pesquisa. Demonstrarei os erros sobre “tempo de aprendizagem” e
das premissas ou vetores denominados: Oportunidade de aprender e Oportunidade de Ensinar. Aguardem!
__________________________________________________
1)”Crise de Audiência no Ensino Médio ou farsa ideológica?” ver:  http://www.westerleysantosfilosofia.blogspot.com/ e WWW. http://germinai.wordpress.com/
2) Dicionário: Michaelis.
3 ) FREIRE, Paulo. Educação e Mudança; tradução de Moacyr Gadotti e Lilian Lopes Marin.-RJ: Paz e Terra, 1983. 11ªed.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A miserabilidade intelectual do Professorado

De todas as perdas que experimentamos este ano, e ganhos imaginários, que, com muito esforço e boa vontade, alguns ainda vislumbram por trás do horizonte escuro, mais para ter com que se consolar, que por motivos de fato, uma delas está sendo para mim, como a um golpe fatal a toda e qualquer esperança; a visível queda e miserabilidade intelectual do Professorado! O que por consequência, está nos empurrando a todos, para o limbo do lugar comum, e nos fazendo parceiros do individualismo, da ignorância e da perda de identidade social. Elementos sem os quais ou com os quais, não se pode reagir.                                                                                       
WAS -13/12/2011

sábado, 3 de dezembro de 2011

CRISE DE AUDIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO OU FARSA IDEOLÓGICA?

                       A CRISE DE AUDIÊNCIA DO ENSINO MÉDIO OU FARSA IDEOLÓGICA?
                                                                                        
                     A Estratégia de Criar Problemas para depois Apresentar  a Solução.

Começou uma Campanha ideológica nacional para fins mercadológicos contra o Ensino Médio Público.  A idéia é destruir o formato atual em que ele está estruturado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação- (LDB/ 9.394/96), que o estrutura em bases humanísticas de formação do cidadão para colocar no lugar, um ensino de formação técnica de mão de obra jovem e barata para o empresariado. Usando a rede escolar do Estado e jogando a fatura deste investimento nas costas da sociedade.

A estratégia é a de sempre, alegar uma CRISE no Ensino Médio Público e apontar os Professores como principais culpados pela suposta “crise”. De quebra, a campanha veiculada na mídia, principalmente pela internet, tenta justificar a adoção de processos meritocráticos de avaliação dos professores, com punições para os piores e premiações para os melhores - (uma forma de manter os salários baixos para o magistério).

Assim, está delineado o mais novo plano de ataque neoliberal à educação e aos professores. Após a manipulação midiática da sociedade e acordo com autoridades políticas e de escolas particulares, o próximo passo certamente será uma proposta de solução para o “problema”, que nesta altura já está pronta, qual seja: mudança no currículo para atender as necessidades de mão de obra qualificada de um empresariado que não quer investir seus recursos em capacitação de seu quadro funcional, passando a responsabilidade para o Estado e a fatura para a sociedade. Sem aumento de salário para os professores, é claro!

Tudo isso, sob a velha bandeira ideológica de melhorar o Ensino. Mas, que na verdade, trata-se da mais nova investida do plano neoliberal de interesse empresarial, agora na educação.

Esta campanha é uma estratégia de manipulação das massas pela mídia, estudada e elencada pelo filósofo norte americano Noam Chomsky. Em seu estudo o filósofo apresenta “10 estratégias de manipulação das massas através da mídia”. Desta lista pelo menos cinco estratégias estão sendo utilizadas diretamente nesta campanha de destruição do Ensino médio. Vejam algumas: (destaque para a nº 7)

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES. Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO. Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação
 quando chegue o momento.

 
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria
desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas
capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o
sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um
estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E,
sem ação, não há revolução!
Pois bem! Estas afirmações não são meras ilações ou pressentimentos de um visionário diabólico. - Antes fossem! São fatos, constatações, informações anunciadas em alto e bom som, há um público de aproximadamente 500 pessoas da área da Educação de todo o Brasil, com toda pompa de um seminário Empresarial realizado em São Paulo (17/11), com a apresentação dos signatários e do subsecretário de assuntos estratégicos da Presidência da República, representando o Ministério da Educação- MEC.

Trata-se do primeiro instrumento a ser utilizado para ampla divulgação e campanha que já começou por meio midiático nacional com publicações semanais de artigos e fascículos de uma pesquisa quantitativa (ver site WWW.cenpec.org.br/biblioteca/educacao/estudos-e-pesquisas/a-crise-na-audiencia-no-ensino-medio) para convencer a população e autoridades, de que há uma crise no ensino médio.

A pesquisa foi elaborada em 2010 pelo IBOP- (instituto Paulo Montenegro), a pedido do Instituto Unibanco e durou aproximadamente dois meses com observações em 36 turmas do Ensino Médio de 18 escolas, de três grandes centros metropolitanos, não informados. (possivelmente MG, RGS e SP)

Segundo anunciado no seminário em São Paulo, o objetivo da pesquisa foi descobrir as causas da evasão e do baixo rendimento dos alunos do Ensino Médio, mas, ao fim, responsabiliza o professor (conforme a estratégia de manipulação nº 9, acima) pelo suposto problema, chamado de “Crise de audiência do Ensino Médio”. (conforme  estratégia de Manipulação nº 2, acima)

Para mostrar a verdadeira intenção desta campanha ideológica publicarei em breve uma análise crítica completa da pesquisa para expor os absurdos e equívocos anunciados. Minha intenção é demonstrar a manipulação que há por trás da idéia de “crise do Ensino Médio”, analisando criticamente o processo, demonstrando a invalidade da pesquisa, os erros das proposições e das premissas usadas, os erros conceituais, de paradigma, de concepções de tempo em educação, de aula, escola ensino e aprendizagem.

Demonstrarei que não há crise no Ensino Médio, há sim um plano de manipulação implantado para transformá-lo em fábrica de capacitação técnica de baixo nível para os interesses empresariais/neoliberais.

Demonstrarei o que está por trás do ataque de responsabilização e culpabilidade do professor,  e ao fim, apresentarei uma investigação sobre a real intenção política e econômica que motivou e motiva a pesquisa e a campanha de destruição do Ensino Médio Público nas bases humanistas atuais.

Será uma longa jornada, mas necessária para esclarecer, alertar e oferecer à sociedade, aos professores, sindicatos e defensores da Educação, a possibilidade do contraditório, necessário a uma reflexão crítica verdadeira. Mostrando que não há crise no Ensino Médio brasileiro, desvelando ao mesmo tempo, as verdades ocultas subjacentes a esta campanha ideológica que tenta desqualificar professores e o Ensino, para fins e interesses meramente empresariais/neoliberais/mercadológicos em detrimento a formação para a cidadania e para  construção de uma consciência crítica com base nos valores mais humanos para a vida em uma sociedade complexa.  Aguardem!
                     Prof./Filósofo – Westerley A. Santos
19/11/11


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

QUER SABER POR QUE ANASTASIA NÃO PAGA O PISO AOS PROFESSORES?

CLIQUE NO LINK ABAIXO...

http://campanhavai.blogspot.com/2011/02/aecio-neves-no-banco-dos-reus-senador.html

...Sob a grave acusação de desvio de R$ 4,3 bilhões do orçamento do Estado de Minas Gerais e que deveriam ser aplicados na saúde pública, a administração Aécio Neves/Antônio Anastasia (PSDB) – respectivamente ex e atual governador mineiro – terá que explicar à Justiça Estadual qual o destino da bilionária quantia que supostamente teria sido investida em saneamento básico pela Copasa entre 2003 a 2009.  Continua...

sábado, 26 de novembro de 2011

MINAS ANUNCIA MORTE DA EDUCAÇÃO



MINAS ANUNCIA A MORTE DA EDUCAÇÃO.

Nesta quarta (23/11) na Assembléia Legislativa, Minas que já havia anunciado a morte da política agora anuncia, a morte da Educação.
(ver artigo publicado: http://www.observadorpolitico.org.br/grupos/educacao/forum/topic/minas-anuncia-a-morte-da-politica/ )

Em plenária com galerias cheias, a sessão se arrastou por mais de 12 horas de intensas e justas argumentações e esclarecimentos em defesa dos professores e da Educação, por parte de vinte (20) deputados que apoiavam a aplicação da lei federal 11.738 (lei do piso). Motivo de 112 dias de greve e de seis rodadas infrutíferas de negociações em comissão tripartite.

Contra a lei do piso, outros cinqüenta e um (51) silenciosos, obedientes servis e bem pagos deputados * particulares do Governador Anastásia (PSDB) que ao final, votaram contra a aplicação da lei do piso ao aprovarem o projeto do governo de remuneração por subsídio (PL) 2.355/11.  Muitos destes (51) deputados sequer tiveram o trabalho de ler o Projeto de Lei que votaram por ordem do seu governante.

Deste modo o Governador de Minas que havia abandonado a mesa de negociação com o sindicato e parlamentares, dias antes sem avisar, ignora também a lei federal, o poder do supremo, a constituição federal e impõe aos professores e demais trabalhadores da educação, um sistema remuneratório inconstitucional (subsídio), que significa perdas irreparáveis aos professores e a educação em Minas.   E o pior, abre precedente perigoso a todos os Estados do Brasil que pretendem não pagar o piso.  

Com a aprovação do subsídio os professores de Minas que amargam os piores salários da América Latina, perdem as vantagens adquiridas na carreira, os percentuais de promoção e progressão caem de 22% para 10% e de 3% para 2,5% respectivamente, o reajuste já anunciado pelo governo federal para 2012 na tabela do piso, em Minas cai de 16% para 5% (já consumidos pela inflação) tudo isso escalonado até 2015, conforme classificação dada para formação do professor (licenciatura plena, curta, etc...). Por exemplo, professor com licenciatura plena receberá no máximo R$ 1.320,00 no projeto aprovado, quando na lei do piso o valor é de R$ 1.187,00 inicial, para professor com formação de nível médio e para todos. ( ver http://www.sindutemg.org.br/novosite/ ).

Em síntese, o projeto aprovado na assembléia do Sr. governador (23/11) retira vantagens adquiridas e previstas, reduz os percentuais de níveis e graus de progressão na carreira, dilui os reajustes aplicando-os em escalonamento no decorrer de quatro anos (4), classifica os reajustes entre níveis de formação, determina teto ao invés de piso, cria um sistema compulsório como forma de burlar a lei federal, promove a insegurança jurídica para a carreira e sistema remuneratório do professor e para fechar com chave de ouro, abre um perigoso e desastroso precedente para todo Brasil, jogando a educação literalmente no ralo do atraso. Fere o princípio de valorização do professor que era o fundamento da lei do piso substituindo-o justamente pelo princípio oposto.

Provavelmente o leitor deve estar se perguntando: mas afinal, por que o governador de Minas não quer pagar o piso salarial que é um direito garantido por lei federal? Quais os reais motivos que o fizeram enfrentar um conflito histórico e desgastante com os professores, assistido pela opinião pública nacional? Qual a verdadeira razão desta truculência só vista nos piores anos da ditadura, com todo tipo de retaliações (cortes de salários, exonerações, polícia secreta perseguindo lideres sindicais ameaças veladas, contratações de substitutos que não são professores, proibição de atendimento médico no hospital do Estado, entre outras)? Até a aprovação compulsória do subsídio?

Meu caro leitor! Sinto não ter a resposta.  Há nove anos Minas vive a mais completa censura midiática da sua história, uma espécie de reedição do AI-5. Implantado por Aécio Neves (PSDB) na sua obsessão pela presidência, continuando com Sr. Anastásia, seu mandatário. Em Minas a grande imprensa está amordaçada e a sociedade bombardeada pela propaganda ufanista governamental descaradamente mentirosa, (ver youtube - Sávio Souza Cruz). A dominação ideológica da opinião pública é total!

A Assembléia Legislativa de MG tornou-se casa homologadora dos projetos do governo. (ver projetos aprovados nos últimos anos no site  http://www.almg.gov.br/home/index.html). Do mesmo modo, o Ministério Público e o TJMG, se tornaram sucursais, departamentos do palácio governamental. Um exemplo foi esta sessão de votação do PL 2.355/11 e todas as medidas judiciais contra os professores desde o início do conflito. (ver ações do MP e TJMG no site:  https://www.educacao.mg.gov.br/imprensa/noticias/2336-ministerio-publico-aciona-a-justica-para-solicitar-que-ilegalidade-da-paralisacao-seja-decretada).

Há muito, os mineiros assistem a uma espécie de conjuração ao avesso. - O Estado contra a Sociedade. Há um plano em curso que visa destruir de dentro para fora os princípios republicanos e democráticos para reeditar no Brasil o projeto neoliberal de interesse empresarial.

É um projeto do setor privado para seqüestrar o Estado e torná-lo sua fonte inesgotável e disponível de recursos humanos, econômicos, técnicos, científicos, com amparo das leis e de quebra, torná-lo uma máquina de capacitação de mão de obra via sistema educacional público. – Aguardem! O próximo setor a ser destruído por este projeto será o Ensino Médio público.

Minas e São Paulo são os laboratórios deste projeto. O primeiro passo foi dado desde a década de 90 interrompido em 2000 que foi, substituir governantes por técnicos, a Política pela Administração, Direitos e Deveres por méritos e resultados, cidadãos por consumidores.

O segundo passo está em curso; cooptar a autonomia dos dois poderes do Estado (legislativo e judiciário) em benefício a um só, o (executivo) com o apoio da grande mídia e dos bancos que compõem o quarto poder  representando o setor privado. Tudo isso em detrimento a sociedade e contra o projeto do bem estar social.

O terceiro passo será; transformar os Estados da federação numa espécie de Empresas para a iniciativa privada como se fossem grandes almoxarifados, centros de apoios aos empresários de vários setores. Mas para isso será preciso levar o Sr. Aécio Neves à Presidência da república a todo custo.

Este plano se tornou uma questão imperativa para a corrente neoliberal/empresarial e, no campo pessoal, para o verdadeiro governante de Minas, uma obsessão de poder tão impressionante e doentia que ultrapassa a própria natureza da democracia e passa a ser o desejo do poder pelo poder. É a clássica forma de alcançar os fins (no caso poder e riqueza de alguns) por qualquer meio, o que na prática, significa a negação mesma da política, da ética e da democracia. Esta é uma resposta bastante plausível ao analisarmos o que vem acontecendo em Minas.

A Educação é só um meio para capacitar mão de obra em massa para este projeto. Por isso ela precisa ser destruída em suas bases humanistas atuais (ver LDB/96) e reeditada em bases técnicas neoliberais. E os Professores, humanistas por natureza, são um entrave “natural” a este projeto.  Por isso, precisam ser precarizados até abandonarem a educação para dar lugar a técnicos instrutores de capacitação para o mercado. – Não se assustem se aumentar e muito os concursos para área educacional porém, com exigências de conhecimentos técnicos.

 É a morte da educação para a formação do ser humano e o império da instrumentalização para a formação de operário.

Não percebem estes falsos Políticos que uma sociedade sem educação para a formação humana é uma sociedade que não apreende os valores e estará em risco os valores individuais e sociais mais fundamentais como: família, religião, democracia, cidadania, solidariedade, honestidade e outros. Será a queda da sociedade civil e o império do mercado econômico.  

Uma  outra resposta possível é o fato que em Minas, o plano econômico neoliberal do governo do (PSDB) estar saindo dos trilhos.  O “Choque de Gestão” administrado pelo Sr. Anastásia sob a orientação técnica de um escritório particular para gestão pública, deu errado! Antes do alardeado choque de gestão, (mote de campanha do Sr. Aécio) Minas sustentava uma dívida de 15 bi, hoje na terceira fase do plano, Minas deve 52 bilhões e será um dos dois Estados a receber verba do Fundeb em 2012 (1,2 bi), justamente os mais endividados. Como um governo que se sustenta numa farsa econômica vai assumir que seu plano está dando errado? Não vai! Esta é outra explicação para a postura ditatorial contra os professores.

E a outra resposta é que em Minas não há um político no governo, há um tecnocrata, que por isso mesmo não reúne as habilidades próprias da Política que é a capacidade de diálogo em busca da conciliação dos conflitos próprios da democracia, gerados pelo confronto entre as intenções ou interesses, sociais e institucionais, legais e morais, econômicos e mais humanos. Como disse, em Minas a política está morta!  E agora, em 23/11, no plenário da ALMG o governo enterrou e jogou uma pá de cal sobre a Educação Mineira.

São demonstrações incontestáveis da mais alta irresponsabilidade e falta de sensibilidade social de cinqüenta e um deputados que ajudaram a enterrar a Educação e do seu governante chefe e auxiliares da Secretaria de Educação. Estes, certamente nunca sentirão na pele os malefícios provocados aos Professores, alunos das escolas públicas e a sociedade, pois, nunca precisarão sobreviver com salário de professor do Estado. E seus filhos certamente nunca estudaram ou estudam em escolas públicas. Estas são para os filhos dos pobres.

Por: Prof. Filósofo/Westerley Santos.
24/11/11


*Estes deputados estaduais votaram pela retirada de direitos da categoria e aprovaram o projeto de lei do subsídio:
 Alencar da Silveira Jr.-PDT, Ana Maria Resende-PSDB, Anselmo José Domingos-PTC, Antônio Carlos Arantes-PSC, Antônio Genaro-PSC, Antônio Lerin-PSB, Arlen Santiago-PTB, Bonifácio Mourão-PSDB, Bosco-PTB, Célio Moreira-PSDB, Dalmo Ribeiro-PSDB, Deiró Marra-PR, Délio Malheiros-PV, Doutor Viana-DEM, Doutor Wilson Batista-PSL, Duílio de Castro-PMN, Carlos Henrique-PRB, Carlos Mosconi-PSDB, Cássio Soares-PRTB, Fabiano Tolentino-PRTB, Fábio Cherem-PSL, Fred Costa-PHS, Gilberto Abramo-PRB, Gustavo Corrêa-DEM, Gustavo Valadares-DEM, Gustavo Perrela-PDT, Hélio Gomes-PSD, Henly Tarquínio-PV, Inácio Franco-PV, Jairo Lessa-DEM, João Leite-PSDB, João Vítor Xavier-PRP, José Henrique-PMDB, Juninho Araújo-PTB, Leonardo Moreira-PSDB, Luiz Carlos Miranda-PDT, Luiz Henrique-PSDB, Luiz Humberto Carneiro-PSDB, Luzia Ferreira-PPS, Marques Abreu-PTB, Neider Moreira-PSD, Neilando Pimenta-PHS, Pinduca Ferreira-PP, Romel Anízio-PP, Rômulo Veneroso-PV, Rômulo Viegas-PSDB, Sebastião Costa-PPS, Tenente Lúcio-PDT, Tiago Ulisses-PV, Zé Maia-PSDB, Duarte Bechir-PMN, Diniz Pinheiro-PSDB.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PISO SALARIAL: QUEM PAGA E QUEM NÃO PAGA!

16/11/2011 - 05h30
Estados não cumprem lei do piso nacional para professor
FOLHA DE SÃO PAULO
Aprovada há mais de três anos, a lei nacional do piso do magistério não é cumprida em pelo menos 17 das 27 unidades da Federação, informa a reportagem de Fábio Takahashi e Luiza Bandeira, publicada na edição desta quarta-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
A legislação prevê mínimo de R$ 1.187 a professores da educação básica pública, por 40 horas semanais, excluindo as gratificações.
A lei também assegura que os docentes passem ao menos 33% desse tempo fora das aulas para poderem atender aos estudantes e preparar aulas.
A regra visa melhorar as condições de trabalho dos docentes e atrair jovens mais bem preparados para o magistério.
O levantamento da Folha mostra que a jornada extra-classe é o ponto mais desrespeitado da lei: 15 Estados a descumprem, incluindo São Paulo, onde 17% da carga é fora da classe. Entre esses 15, quatro (MG, RS, PA e BA) também não pagam o mínimo salarial.
O ministério da Educação afirma que a lei deve ser aplicada imediatamente, mas que não pode obrigar Estados e municípios a isso.
A maior parte dos Estados que descumprem a lei disse que vai se adequar à regra.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação recomendou a seus sindicatos que entrem na Justiça.

PISO SALARIAL: QUEM PAGA E QUEM NÃO PAGA

sábado, 12 de novembro de 2011

QUE SOCIEDADE QUEREMOS FORMAR?


    


COMO BEM FUNDAMENTOU Hanna Arendt, (1906-1975) em “A Condição Humana”, o capitalismo criou uma sociedade operária. Não sendo mais suficiente para atender as exigências modernas, percebeu que esta sociedade de semianalfabetos, com pouca escolaridade, tornou-se um entrave aos interesses deste mesmo capitalismo, hoje de especulação financeira, de base tecnológica de produção e de concorrência mundial. Senão vejamos: para que um pais como o Brasil entre com força na voraz competição capitalista mundial, ele precisa de uma boa infraestrutura material (estradas, portos, transportes etc.). Um bom sistema tributário que desonere a produção e o comércio, e uma legislação que iniba os gastos com mão de obra (salários diretos e indiretos, assistência previdenciária, etc.) isso associado a uma imprensa comprometida com os interesses deste capitalismo, sindicatos desmobilizados e fechando, junte a isso, um povo pouco instruído, informado e alienado, para evitar assim, contestações  e mobilizações contra o sistema.

Mas, paradoxalmente, é emergencial ao capitalismo moderno brasileiro, que a mão de obra operária se qualifique tecnicamente um pouco mais, para atender as novas exigências de concorrência global. E para isso, o empresariado brasileiro quer que o operariado saia do nível de semianalfabeto e passe para o nível de analfabeto funcional ou de escolarização.

Ocorre que o poder de alfabetizar as massas, está nas mãos das escolas e professores, sobre todas as públicas, que atendem a mais de 86% dos jovens e, no processo de alfabetização poderá se dar o processo de conscientização contra-ideológica-capitalista dos pretendidos operários tecnificados para atender as novas necessidades globais de mão de obra.  Então o que fazer? Emergencialmente o empresariado através do chamado sistema “S” (SENAI, SENAC, SESC etc.) montou ele próprio “escolas” formadoras de mão de obra barata, com base em ensino técnico-funcional, uma espécie de capacitação emergencial para atender seus interesses imediatos de formação técnica de mão de obra.

Em seguida, passou a interferir nos governos mais diretamente, com “parcerias” de gestão empresarial para escolas do governo, (cursos de gestão empresarial à Diretores, etc.), em alguns casos patrocinam com este fim, atividades nas próprias escolas, como a Rede Globo faz com o tal “amigo da escola”, e outros até liberam verbas, como alguns bancos, e em troca, exigem que os governos (financiados por eles) e escolas se comprometam com a melhoria no ensino exclusivamente em  Português e Matemática.  Por que exclusivamente em Matemática e Português?

Aqui, é preciso uma atenção maior! Por que, Português e Matemática e não em todas as áreas como Geografia, História, Química, Filosofia, Sociologia? Acaso a educação se resume somente a essas duas disciplinas? Acaso o aluno não precisa da História para formar um senso crítico, social, político e transformar inclusive as condições histórico-dialética da sua condição política e de cidadania? Como formar um cidadão sem concepção histórica? Como formar um cidadão, com consciência ecológica, ambiental e conhecedor de sua nação e de suas mazelas, sem a Geografia? Como formar um cidadão que valoriza a vida, as espécies, a natureza, o planeta, sem a Química e a Biologia? Como formar o ser Humano íntegro, sociável, capaz de pensar criticamente, refletir, avaliar, julgar, identificar e se defender das ideologias que o alienam e o escravizam? Como alcançar a autonomia intelectual de sujeito livre para decidir e escolher com critério ético e correto para si e a humanidade sem a Filosofia e a Sociologia? Então, por que governantes e empresários querem financiar exclusivamente o ensino em Português e Matemática e não o desenvolvimento Educacional na sua totalidade?

Ora! não interessa ao capitalismo formar seres pensantes, cidadãos ou sujeitos críticos, conhecedores de seus deveres e direitos. Primeiro o capitalismo Brasileiro-moderno entende ser capaz de controlar a aplicação destes dois saberes: (Português e Matemática) no dito mercado de trabalho, conduzindo sua aplicação para os fins determinados por ele.


Segundo, porque para o capitalismo – do tipo brasileiro, basta que o jovem operário saiba melhor redigir um memorando ou ler e compreender as instruções técnicas dos manuais e apostilas para operar as novas máquinas e, calcular o troco no balcão.


Um operário, jovem, acrítico, sem leitura social, política e de seus direitos, mas, com competência para entender um pequeno parágrafo técnico e fazer as quatro operações básicas é o suficiente e adequado aos interesses de massificação e doutrinação que o capitalismo moderno precisa.

Resta a nós professores comprometidos com nossa causa e honestos com o princípio da Educação verdadeira nos perguntarmos: como devemos agir diante deste novo ataque à educação? Que tipo de sociedade queremos ajudar a formar?

Digo que a consciência é a descoberta de si mesmo, condição para a descoberta de todo o resto.

P.S. Veja o que disse o comentarista da mesma Rede Globo o Sr. Carlos Sardemberg, com todas as letras no Jornal da Globo cinco dias após a elaboração deste texto, no dia 27/05/21010.  Disse ele: Educação básica brasileira deveria formar nossos jovens em Português para ler manuais e em Matemática para saber operar máquinas”. Não satisfeito, continuou o ataque dizendo que: “a gente tá formando pessoas que não são necessárias ao desenvolvimentodo país.” D
ação
TEMA: Política, Capitalismo, Educação.
 Westerley Santos
Prof. Filósofo
22/05/10.

Bibliografia citada: ARENDT, Hanna. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo-9ª Ed. - Rio de Janeiro: Forense Universitária,1999.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CAMPANHA DE APOIO AOS PROFESSORES E A EDUCAÇÃO-MG

Olá,
 Se você que está lendo este blog concorda com a luta dos professores pela melhoria das condições salariais, de trabalho nas escolas, do prestigio social e valorização da docência e da educação e, principalmente se você for aluno ou pai de aluno. Nós professores de MG estamos lhe convidando a participar desta campanha.  Envie seu parecer em apoio a esta luta aos parlamentares Estaduais e Federais.


Veja lista dos emails no menu ao lado, na pág. “Campanha de Apoio a Greve –Professores de MG”


Obrigado e leia neste blog os textos que abordam o assunto!


  Prof. Westerley
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Uma reflexão muito séria  
Beatriz e Colegas!

Lendo o texto da Beatriz “Confiança” (03/11) resolvi expressar minha opinião e leitura da situação, sempre no sentido de chamar a reflexão crítica para construirmos uma avaliação mais realista e daí pensarmos juntos ações mais efetivas. Em outra página deixo meu posicionamento mais detalhado e como estou atuando!

1) Confiança:
Beatriz, pelo menos na última década, nenhum líder deste sindicato gozou de tamanha confiança de sua categoria como você conquistou com muito merecimento e trabalho. Basta fazer uma retrospectiva das mobilizações da ultima década. Portanto esta questão (confiar ou não) não está posta para discutir, pois, esta dúvida não existe. Tudo bem que um ou outro, isoladamente pode levantar este ponto e deve sim, ser esclarecido como você fez, mas a meu ver estas manifestações não são embasadas em fatos e na razão e sim, na emoção gerada pelas dificuldades que cada um está passando. O que não pode é você entrar no campo da suspeição sobre a confiança que você tem da categoria. Pois se você ficar em dúvida se enfraquecerá diante da luta e de suas convicções.

2) Consciência da Força que tem:
Por outro lado estou cada vez mais convencido que você ainda não tomou consciência da força que você tem e adquiriu com a reunificação e mobilização desta categoria. Assim como nós professores ainda não tomamos consciência do poder que temos nas mãos.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) os profissionais do ensino constituem o terceiro grupo ocupacional mais numeroso do Brasil: 8,4% dos trabalhadores - em números absolutos, cerca de 2,9 milhões de postos de trabalho.

Atenção! Minas é o Estado com maior número de municípios do Brasil, se minhas contas estiverem corretas, isso significa que temos o maior número de Escolas públicas e conseqüentemente de professores do Pais. E a frente destes professores uma líder que reúne esta categoria em torno de si, com confiança e liderança. Isso lhe coloca na condição de líder mais forte do País em termos de contingente. Coloca o Sindute como um dos mais importantes Sindicatos de professores do Brasil. E você (aparentemente) não usa esta força.


Junte a isso o pior quadro de desvalorização da profissão do Pais e pronto! Você tem o motivo justo, o maior contingente do Brasil e a liderança. O que falta? Não posso dizer neste blog.

Quando digo que você não usa a força que tem me refiro a ocupar espaços nos cenário nacional, em audiências com parlamentares federais, Senadores, em encontros e construção de apoios de formadores de opinião das mais diversas áreas, dos intelectuais a igreja, de organismos nacionais aos internacionais. É para manter esta força viva e pulsante que disse que a mobilização deveria continuar na imprensa, na internet em fóruns de discussão Sindicato-categoaria – sociedade e outros lugares e modos.

Com a força desta liderança e deste contingente você é recebida em qualquer espaço político ou civil que quiser. Você só precisa acreditar e ousar. Para mim muitos políticos já perceberam esta força e por isso se aproximaram de você. Não estou dizendo que seja errado. Política se faz no consenso de interesses para  um bem maior. Mas estou dizendo que isso significa algo, que na minha avaliação é a força que você conquistou.

Estou convencido que é a única coisa que este governador teme. E antecipando, ele está cercando esta liderança nos currais de Minas é preciso sair deste cerco caseiro e ocupar espaço nacional inclusive se reunindo, pessoalmente, com lideranças sindicais de professores de outros Estados para organizar a luta conjunta, nacionalmente. A pressão sobre este governo deve vir do cenário nacional. Para ele Minas é dele, é o quintal dele. Manter a luta só aqui é um modo de minimizar e anular a sua força de liderança e a nossa força também.

Atenção! Tudo isso não deve ser feito sob a tutela da CUT, não tenho nada contra a CUT, mas entendo que ela está em outra lógica, transversal a nossa. Há interesses políticos governamentais e eleitorais nacionais na agenda do dia da CUT e nossa luta não figura como a primeira delas. A CUT está no momento funcionando mais como amortizadora da reação nacional dos Professores e demais movimentos.  

2.a) Força do Conhecimento:
Venho insistindo que estamos na sociedade do conhecimento. A luta dos trabalhadores não é mais no campo do “ludismo” do Séc. 18 / 19 quando os operários lutavam contra as máquinas e manifestações físicas em defesa dos postos de trabalho. Nossa batalha agora se dá no campo do conhecimento e da tecnologia de informação. E qual categoria detém por essência e natureza o conhecimento? Nós professores!

Nós, categoria e liderança do sindicato, incorremos em um erro estratégico grave quando olhamos para nós mesmos e enxergamos funcionários públicos, servidores ou profissionais da educação. Não! Não! Não! Nós somos intelectuais! Pesquisadores, Historiadores, lingüistas, Sociólogos, Filósofos, Químicos, Matemáticos, Geógrafos... Precisamos resgatar isso! - Tenho insistido em um site de discussão/fórum, porque esta ferramenta nos ajuda a fazer e colocar esta discussão na ordem do dia!

Atenção! Quando aceitamos as denominações administrativas governamentais ( isso vale para todas as categorias e profissões), aceitamos a “desconceitualização” de nossa natureza intelectual o que nos faz perdermos a essência de nossa formação. Trocamos de identidade e passamos a pensar e agir de outro modo começamos a nos enxergar como designados, efetivados, concursados... Basta ver como nos apresentamos no seu próprio blog. Não! - Somos Professores! Pombas!! Nosso instrumento de trabalho é o cognitivo e não o giz, o quadro, o livro didático ou o laboratório.

Isso é uma estratégia para nos jogar em uma massa sem rosto. Isso é uma estratégia de descaracterização da nossa condição de detentores de um saber específico e fundamental perigoso aos Governos. É só ver na história!

E não é de agora, estamos caindo nessa forma de dominação há muito tempo, basta ver em seu blog. A maioria das manifestações são reclamações funcionais (ainda que justas), opiniões a partir de visões individuais, opiniões passionais. Poucos se colocam com fundamentos políticos, Social, poucos sugerem coisas conseqüentes politicamente, não imediatistas, com visão do processo Histórico.  Estamos perdendo a nossa natureza intelectual e assumindo uma outra estritamente operacional. Estamos deixando de ser uma profissão de seres pensantes e passando a ser uma classe de seres executantes!

Más ainda assim, há entre nós um conhecimento de formação circulante que precisa ser aproveitado pelo Sindicato e por nós mesmos, que se organizado e bem conduzido nos dará condições para construirmos análises, planos Estratégicos, leituras Históricas, Sociológicas, Psicológicas, ações políticas, de comunicação, formação de opinião etc. Fundamentais  a  nossa luta! É preciso montar GTs - Grupos de Trabalhos de apoio ao Sindicato com essa força de conhecimento disponível na categoria que não está sendo usada. Ou melhor, que nunca foi usada! Antes que sejamos inteiramente massificados ideológicamente até perdermos de vez nossa identidade.

3) Professores não percebem a força que tem:
 Nós professores não temos a perfeita dimensão da nossa força. Não vou aqui entrar em detalhes, pois gente do governo lê seu blog, mas aponto alguns aspectos soltos.
- Temos o poder da persuasão.
- Temos o apreço e o aval da Sociedade. (ainda)
- Temos o maior contingente do Brasil.
- Temos o contato direto com a força da juventude.
- Temos o conhecimento.
- Temos a urgência na qualidade da educação na pauta do dia da agenda mundial.
- Temos o contato indireto com pais.
- Temos frentes parlamentares e comissões que atuam sobre a nossa causa.
- Temos o apoio de formadores de opinião e de líderes da sociedade.
- Temos uma lider forte.

 Bem, paro por aqui!
 Pensemos nisso!
 Abraço!

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UMA AVALIAÇÃO POLÍTICA DOS NOSSOS ERROS
(autocrítica)

A intenção desta análise é avaliarmos e aprendermos com os erros cometidos e, tomarmos atitudes mais bem planejadas agora e no futuro próximo. É claro que por estar avaliando à distância, fora do centro das decisões do Sindicato, algumas variantes importantes me escapam o que pode tornar esta avaliação imprecisa em alguns pontos. Neste caso antecipo minhas desculpas. As nossas deficiências e justificação completas para cada ponto omitirei por motivos óbvios.

1- Erro -  Na avaliação de conjuntura:

Em minha opinião o nosso primeiro erro, e se consideramos a greve de 2010, foi a segunda vez, foi a data de início da greve. Deveríamos ter começado após acórdão do STF. Se não me engano Minas foi o primeiro Estado a entrar em greve. Era obvio que o Governo iria cozinhar e nada responder até o acórdão sair. Conclusão: nos desgastamos quase 60 dias para só depois, termos um fato jurídico mais definitivo a nosso favor que poderíamos usar para pressionar o governo.

O que fazer? Entendo que nas próximas chamadas de greve o Sindicato 1) avalie antes o cenário nacional, ligue para os Sindicatos de Professores de todo Brasil, se informe das orientações nacionais, ajuste as datas de nossa greve com estes. 2) Avalie as ações jurídicas que estiverem em andamento e o tempo médio de resposta. 3) Analise o tempo médio histórico de greve da categoria e use como estratégia o calendário Escolar, pensando inclusive nos recessos e datas de aplicações de provas do governo. Há um “momento ótimo” dentro do calendário escolar que devemos usar a nosso favor e não estamos usando.

2 – Erro – Estratégico do dia 27/09.

Para mim este foi o momento mais crítico negativamente e a causa de todo este processo desgastante da “pseudonegociação”. Vejamos: No mesmo momento em que o governo elaborava uma proposta tentando por fim a greve (Termo de Compromisso de Negociação) 9 mil professores estavam reunidos na praça da Assembléia após as 19:00h aguardando. Era uma terça feira.

Manda o bom senso que diante de uma tomada de decisão, principalmente dessa importância, que se peça ou consiga um tempo para análise da proposta (do governo) ao qual nunca devemos acreditar na boa fé. Era para alguém dá a ordem de dispensar, terminar a assembléia dos professores antes que o governo atrelasse o “acordo” ao término imediato da greve. - Naquela noite enquanto a direção do Sindicato ouvia e fazia uma primeira leitura do documento do governo, outro alguém deveria dispensar a assembléia, pois, sem a assembléia não haveria resposta imediata e teríamos mais uma semana para avaliarmos e decidirmos. No entanto ficamos até as 22:00h como alvos parados a espera do ataque do governo. Para mim este foi o nó que o governo nos deu.

3 – Erro – Chamada de Greve sem Tempo de Preparo da Categoria:

Em se tratando de uma categoria de baixos recursos, além do fundo de greve, o Sindicato poderia (não é obrigação) prepará-la para greve com antecedência maior. De modo que teríamos tempo para cada um fazer suas reservas, seu “fundo de greve” particular. – É uma estratégia.

4 – Erro – Ineficiência no Sistema Informação e Comunicação.

Informação ágil e sistemática com avaliações políticas, econômicas, Jurídicas e até Históricas, é elemento de mobilização e conscientização da categoria. A base de comunicação do Sindicato/sociedade/ categoria e desta entre si, me pareceu um tanto quanto “improvisada” e tardia, centralizada apenas na Beatriz o que é humanamente impossível e às vezes sem avaliação (está melhorando).

É preciso entender que as avaliações do Sindicato (com o devido cuidado, pois o blog é investigado) servem de orientações e leitura do quadro geral para a categoria, o que nos ajuda a entender as nuances e formar nosso entendimento e idéias sobre os fatos e processo. Ajuda a categoria a formar o consenso, a coesão.  A falta do sistema de comunicação e avaliação ajuda a formar o contrário e abre espaço para o governo e orientações não oficiais concorrem com o sindicato, mesmo que neste ultimo caso a intenção seja de ajudar. Isso só acontece devido à lacuna deixada.

 Beatriz, observe a nossa falta de percepção e costume neste ponto: quase todas os posts no seu blog não são de uma comunicação entre nós professores, não comentamos os comentários uns dos outros para construirmos um consenso, ao invés disso, centralizamos e endereçamos toda a comunicação a você. No máximo endereçamos à categoria (uma entidade abstrata). Eu me incluo nisso! – O Sindicato já está reestruturando este ponto.

5 – Erro – de Orientação após retorno.

No retorno da greve observei (não sei se ocorreu em todo Estado), que nós Professores chegamos às escolas um pouco desorientados com a situação. Encontramos: (substitutos em nosso lugar, Diretores e supervisores bem orientados pelo governo sobre calendários, reposição etc...) e nós não estávamos bem orientados sobre como agir. Inclusive com estratégias para mantermos a mobilização. Uma delas foi à questão da reposição. Este problema não era para existir era para organizarmos momentos de discussão e mobilização nas escolas durante o retorno. Más...

6 – Erro – Falta da Manutenção da Mobilização e apostar na mesa só em Minas.

(Já disse em post anterior)
7 – Erro – Na avaliação sobre este Governo.

Já disse em outra oportunidade. Precisamos fazer uma nova avaliação deste Governo. Não estamos tratando com Político. É só ver seu histórico, orientação governamental e sua prática atual (IPSEMG, corte de salários, afastamentos de funcionários, redução de tabela, resistência em conversar, etc...), nada disso é típico da lógica política Estatal a que estamos acostumados. Tentei fundamentar meu alerta com fundamentações, mas infelizmente muita gente entendeu que eu estava chamando o governo de Fascista e tecnocrata. Não foi isso! Minha intenção foi demonstrar com fatos que estamos na leitura lógica errada e que precisaríamos refazer nosso plano de ação estratégica. Acho que ninguém me entendeu até agora! Já detalhei isso em comunicação particular.

Bem! Se minha análise estiver correta, o que fazer?

Tenho enviado vários comunicados sobre isso. Mas uma coisa é certa. Precisamos fazer uma releitura política deste governo e inclusive de nossas potencialidades e deficiências e a partir desta releitura elaboramos ou ajustarmos nosso plano de ação!

Espero estar contribuindo de algum modo!
Westerley 05/11/2011