quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CAMPANHA DE APOIO AOS PROFESSORES E A EDUCAÇÃO-MG

Olá,
 Se você que está lendo este blog concorda com a luta dos professores pela melhoria das condições salariais, de trabalho nas escolas, do prestigio social e valorização da docência e da educação e, principalmente se você for aluno ou pai de aluno. Nós professores de MG estamos lhe convidando a participar desta campanha.  Envie seu parecer em apoio a esta luta aos parlamentares Estaduais e Federais.


Veja lista dos emails no menu ao lado, na pág. “Campanha de Apoio a Greve –Professores de MG”


Obrigado e leia neste blog os textos que abordam o assunto!


  Prof. Westerley
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Uma reflexão muito séria  
Beatriz e Colegas!

Lendo o texto da Beatriz “Confiança” (03/11) resolvi expressar minha opinião e leitura da situação, sempre no sentido de chamar a reflexão crítica para construirmos uma avaliação mais realista e daí pensarmos juntos ações mais efetivas. Em outra página deixo meu posicionamento mais detalhado e como estou atuando!

1) Confiança:
Beatriz, pelo menos na última década, nenhum líder deste sindicato gozou de tamanha confiança de sua categoria como você conquistou com muito merecimento e trabalho. Basta fazer uma retrospectiva das mobilizações da ultima década. Portanto esta questão (confiar ou não) não está posta para discutir, pois, esta dúvida não existe. Tudo bem que um ou outro, isoladamente pode levantar este ponto e deve sim, ser esclarecido como você fez, mas a meu ver estas manifestações não são embasadas em fatos e na razão e sim, na emoção gerada pelas dificuldades que cada um está passando. O que não pode é você entrar no campo da suspeição sobre a confiança que você tem da categoria. Pois se você ficar em dúvida se enfraquecerá diante da luta e de suas convicções.

2) Consciência da Força que tem:
Por outro lado estou cada vez mais convencido que você ainda não tomou consciência da força que você tem e adquiriu com a reunificação e mobilização desta categoria. Assim como nós professores ainda não tomamos consciência do poder que temos nas mãos.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) os profissionais do ensino constituem o terceiro grupo ocupacional mais numeroso do Brasil: 8,4% dos trabalhadores - em números absolutos, cerca de 2,9 milhões de postos de trabalho.

Atenção! Minas é o Estado com maior número de municípios do Brasil, se minhas contas estiverem corretas, isso significa que temos o maior número de Escolas públicas e conseqüentemente de professores do Pais. E a frente destes professores uma líder que reúne esta categoria em torno de si, com confiança e liderança. Isso lhe coloca na condição de líder mais forte do País em termos de contingente. Coloca o Sindute como um dos mais importantes Sindicatos de professores do Brasil. E você (aparentemente) não usa esta força.


Junte a isso o pior quadro de desvalorização da profissão do Pais e pronto! Você tem o motivo justo, o maior contingente do Brasil e a liderança. O que falta? Não posso dizer neste blog.

Quando digo que você não usa a força que tem me refiro a ocupar espaços nos cenário nacional, em audiências com parlamentares federais, Senadores, em encontros e construção de apoios de formadores de opinião das mais diversas áreas, dos intelectuais a igreja, de organismos nacionais aos internacionais. É para manter esta força viva e pulsante que disse que a mobilização deveria continuar na imprensa, na internet em fóruns de discussão Sindicato-categoaria – sociedade e outros lugares e modos.

Com a força desta liderança e deste contingente você é recebida em qualquer espaço político ou civil que quiser. Você só precisa acreditar e ousar. Para mim muitos políticos já perceberam esta força e por isso se aproximaram de você. Não estou dizendo que seja errado. Política se faz no consenso de interesses para  um bem maior. Mas estou dizendo que isso significa algo, que na minha avaliação é a força que você conquistou.

Estou convencido que é a única coisa que este governador teme. E antecipando, ele está cercando esta liderança nos currais de Minas é preciso sair deste cerco caseiro e ocupar espaço nacional inclusive se reunindo, pessoalmente, com lideranças sindicais de professores de outros Estados para organizar a luta conjunta, nacionalmente. A pressão sobre este governo deve vir do cenário nacional. Para ele Minas é dele, é o quintal dele. Manter a luta só aqui é um modo de minimizar e anular a sua força de liderança e a nossa força também.

Atenção! Tudo isso não deve ser feito sob a tutela da CUT, não tenho nada contra a CUT, mas entendo que ela está em outra lógica, transversal a nossa. Há interesses políticos governamentais e eleitorais nacionais na agenda do dia da CUT e nossa luta não figura como a primeira delas. A CUT está no momento funcionando mais como amortizadora da reação nacional dos Professores e demais movimentos.  

2.a) Força do Conhecimento:
Venho insistindo que estamos na sociedade do conhecimento. A luta dos trabalhadores não é mais no campo do “ludismo” do Séc. 18 / 19 quando os operários lutavam contra as máquinas e manifestações físicas em defesa dos postos de trabalho. Nossa batalha agora se dá no campo do conhecimento e da tecnologia de informação. E qual categoria detém por essência e natureza o conhecimento? Nós professores!

Nós, categoria e liderança do sindicato, incorremos em um erro estratégico grave quando olhamos para nós mesmos e enxergamos funcionários públicos, servidores ou profissionais da educação. Não! Não! Não! Nós somos intelectuais! Pesquisadores, Historiadores, lingüistas, Sociólogos, Filósofos, Químicos, Matemáticos, Geógrafos... Precisamos resgatar isso! - Tenho insistido em um site de discussão/fórum, porque esta ferramenta nos ajuda a fazer e colocar esta discussão na ordem do dia!

Atenção! Quando aceitamos as denominações administrativas governamentais ( isso vale para todas as categorias e profissões), aceitamos a “desconceitualização” de nossa natureza intelectual o que nos faz perdermos a essência de nossa formação. Trocamos de identidade e passamos a pensar e agir de outro modo começamos a nos enxergar como designados, efetivados, concursados... Basta ver como nos apresentamos no seu próprio blog. Não! - Somos Professores! Pombas!! Nosso instrumento de trabalho é o cognitivo e não o giz, o quadro, o livro didático ou o laboratório.

Isso é uma estratégia para nos jogar em uma massa sem rosto. Isso é uma estratégia de descaracterização da nossa condição de detentores de um saber específico e fundamental perigoso aos Governos. É só ver na história!

E não é de agora, estamos caindo nessa forma de dominação há muito tempo, basta ver em seu blog. A maioria das manifestações são reclamações funcionais (ainda que justas), opiniões a partir de visões individuais, opiniões passionais. Poucos se colocam com fundamentos políticos, Social, poucos sugerem coisas conseqüentes politicamente, não imediatistas, com visão do processo Histórico.  Estamos perdendo a nossa natureza intelectual e assumindo uma outra estritamente operacional. Estamos deixando de ser uma profissão de seres pensantes e passando a ser uma classe de seres executantes!

Más ainda assim, há entre nós um conhecimento de formação circulante que precisa ser aproveitado pelo Sindicato e por nós mesmos, que se organizado e bem conduzido nos dará condições para construirmos análises, planos Estratégicos, leituras Históricas, Sociológicas, Psicológicas, ações políticas, de comunicação, formação de opinião etc. Fundamentais  a  nossa luta! É preciso montar GTs - Grupos de Trabalhos de apoio ao Sindicato com essa força de conhecimento disponível na categoria que não está sendo usada. Ou melhor, que nunca foi usada! Antes que sejamos inteiramente massificados ideológicamente até perdermos de vez nossa identidade.

3) Professores não percebem a força que tem:
 Nós professores não temos a perfeita dimensão da nossa força. Não vou aqui entrar em detalhes, pois gente do governo lê seu blog, mas aponto alguns aspectos soltos.
- Temos o poder da persuasão.
- Temos o apreço e o aval da Sociedade. (ainda)
- Temos o maior contingente do Brasil.
- Temos o contato direto com a força da juventude.
- Temos o conhecimento.
- Temos a urgência na qualidade da educação na pauta do dia da agenda mundial.
- Temos o contato indireto com pais.
- Temos frentes parlamentares e comissões que atuam sobre a nossa causa.
- Temos o apoio de formadores de opinião e de líderes da sociedade.
- Temos uma lider forte.

 Bem, paro por aqui!
 Pensemos nisso!
 Abraço!

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UMA AVALIAÇÃO POLÍTICA DOS NOSSOS ERROS
(autocrítica)

A intenção desta análise é avaliarmos e aprendermos com os erros cometidos e, tomarmos atitudes mais bem planejadas agora e no futuro próximo. É claro que por estar avaliando à distância, fora do centro das decisões do Sindicato, algumas variantes importantes me escapam o que pode tornar esta avaliação imprecisa em alguns pontos. Neste caso antecipo minhas desculpas. As nossas deficiências e justificação completas para cada ponto omitirei por motivos óbvios.

1- Erro -  Na avaliação de conjuntura:

Em minha opinião o nosso primeiro erro, e se consideramos a greve de 2010, foi a segunda vez, foi a data de início da greve. Deveríamos ter começado após acórdão do STF. Se não me engano Minas foi o primeiro Estado a entrar em greve. Era obvio que o Governo iria cozinhar e nada responder até o acórdão sair. Conclusão: nos desgastamos quase 60 dias para só depois, termos um fato jurídico mais definitivo a nosso favor que poderíamos usar para pressionar o governo.

O que fazer? Entendo que nas próximas chamadas de greve o Sindicato 1) avalie antes o cenário nacional, ligue para os Sindicatos de Professores de todo Brasil, se informe das orientações nacionais, ajuste as datas de nossa greve com estes. 2) Avalie as ações jurídicas que estiverem em andamento e o tempo médio de resposta. 3) Analise o tempo médio histórico de greve da categoria e use como estratégia o calendário Escolar, pensando inclusive nos recessos e datas de aplicações de provas do governo. Há um “momento ótimo” dentro do calendário escolar que devemos usar a nosso favor e não estamos usando.

2 – Erro – Estratégico do dia 27/09.

Para mim este foi o momento mais crítico negativamente e a causa de todo este processo desgastante da “pseudonegociação”. Vejamos: No mesmo momento em que o governo elaborava uma proposta tentando por fim a greve (Termo de Compromisso de Negociação) 9 mil professores estavam reunidos na praça da Assembléia após as 19:00h aguardando. Era uma terça feira.

Manda o bom senso que diante de uma tomada de decisão, principalmente dessa importância, que se peça ou consiga um tempo para análise da proposta (do governo) ao qual nunca devemos acreditar na boa fé. Era para alguém dá a ordem de dispensar, terminar a assembléia dos professores antes que o governo atrelasse o “acordo” ao término imediato da greve. - Naquela noite enquanto a direção do Sindicato ouvia e fazia uma primeira leitura do documento do governo, outro alguém deveria dispensar a assembléia, pois, sem a assembléia não haveria resposta imediata e teríamos mais uma semana para avaliarmos e decidirmos. No entanto ficamos até as 22:00h como alvos parados a espera do ataque do governo. Para mim este foi o nó que o governo nos deu.

3 – Erro – Chamada de Greve sem Tempo de Preparo da Categoria:

Em se tratando de uma categoria de baixos recursos, além do fundo de greve, o Sindicato poderia (não é obrigação) prepará-la para greve com antecedência maior. De modo que teríamos tempo para cada um fazer suas reservas, seu “fundo de greve” particular. – É uma estratégia.

4 – Erro – Ineficiência no Sistema Informação e Comunicação.

Informação ágil e sistemática com avaliações políticas, econômicas, Jurídicas e até Históricas, é elemento de mobilização e conscientização da categoria. A base de comunicação do Sindicato/sociedade/ categoria e desta entre si, me pareceu um tanto quanto “improvisada” e tardia, centralizada apenas na Beatriz o que é humanamente impossível e às vezes sem avaliação (está melhorando).

É preciso entender que as avaliações do Sindicato (com o devido cuidado, pois o blog é investigado) servem de orientações e leitura do quadro geral para a categoria, o que nos ajuda a entender as nuances e formar nosso entendimento e idéias sobre os fatos e processo. Ajuda a categoria a formar o consenso, a coesão.  A falta do sistema de comunicação e avaliação ajuda a formar o contrário e abre espaço para o governo e orientações não oficiais concorrem com o sindicato, mesmo que neste ultimo caso a intenção seja de ajudar. Isso só acontece devido à lacuna deixada.

 Beatriz, observe a nossa falta de percepção e costume neste ponto: quase todas os posts no seu blog não são de uma comunicação entre nós professores, não comentamos os comentários uns dos outros para construirmos um consenso, ao invés disso, centralizamos e endereçamos toda a comunicação a você. No máximo endereçamos à categoria (uma entidade abstrata). Eu me incluo nisso! – O Sindicato já está reestruturando este ponto.

5 – Erro – de Orientação após retorno.

No retorno da greve observei (não sei se ocorreu em todo Estado), que nós Professores chegamos às escolas um pouco desorientados com a situação. Encontramos: (substitutos em nosso lugar, Diretores e supervisores bem orientados pelo governo sobre calendários, reposição etc...) e nós não estávamos bem orientados sobre como agir. Inclusive com estratégias para mantermos a mobilização. Uma delas foi à questão da reposição. Este problema não era para existir era para organizarmos momentos de discussão e mobilização nas escolas durante o retorno. Más...

6 – Erro – Falta da Manutenção da Mobilização e apostar na mesa só em Minas.

(Já disse em post anterior)
7 – Erro – Na avaliação sobre este Governo.

Já disse em outra oportunidade. Precisamos fazer uma nova avaliação deste Governo. Não estamos tratando com Político. É só ver seu histórico, orientação governamental e sua prática atual (IPSEMG, corte de salários, afastamentos de funcionários, redução de tabela, resistência em conversar, etc...), nada disso é típico da lógica política Estatal a que estamos acostumados. Tentei fundamentar meu alerta com fundamentações, mas infelizmente muita gente entendeu que eu estava chamando o governo de Fascista e tecnocrata. Não foi isso! Minha intenção foi demonstrar com fatos que estamos na leitura lógica errada e que precisaríamos refazer nosso plano de ação estratégica. Acho que ninguém me entendeu até agora! Já detalhei isso em comunicação particular.

Bem! Se minha análise estiver correta, o que fazer?

Tenho enviado vários comunicados sobre isso. Mas uma coisa é certa. Precisamos fazer uma releitura política deste governo e inclusive de nossas potencialidades e deficiências e a partir desta releitura elaboramos ou ajustarmos nosso plano de ação!

Espero estar contribuindo de algum modo!
Westerley 05/11/2011

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