Fonte:https://razaoinadequada.com/2014/09/09/genealogia-da-moral-bom-e-mau-bom-e-ruim/
QUEREM
IMPOR AO SENHOR LULA, A MORAL DO ESCRAVO.
A |
pós
quatro anos (2019-2022) de um Presidente belicosamente falastrão que, cotidianamente
em rádios, tvs, lives, cometia as maiores atrocidades contra negros, pobres, índios,
mulheres e lgbtqia+, propondo metralhar petistas, menosprezando milhares de
mortes pelo covid, imitando debochadamente do sofrimento de idosos por
sufocamento, fazendo discursos públicos contra a vacina, entre outras
atrocidades, sem sequer, ser questionado por um repórter e, sem a mínima
indignação coletiva da grande mídia.
Estoura
nesta semana, no terceiro mês do Governo Lula, uma enxurrada de críticas e
falsas polêmicas que transbordaram os noticiários de praticamente todos os
jornais, revistas Tvs e Internet, contra as recentes falas do presidente Lula.
A
primeira, numa entrevista ao vivo à Tv-247 (21/03), quando aludindo ao tempo de
prisão injusta em Curitiba (2018), o Presidente desabafou proferindo um
palavrão endereçado ao seu principal algoz, o ex. Juiz Sérgio Moro, que o
perseguiu juridicamente e o prendeu sem provas. E a segunda fala, em (23/03)
quando diz que é nítido a armação do Moro, se referindo a um plano de um grupo
para assassinar várias autoridades, entre elas, o próprio ex. juiz. (Plano
desbaratado pela polícia Federal no governo Lula, em defesa da vida do ex. juiz
e de outras autoridades).
Ora! Por
que essa assimetria de tratamento, por parte da imprensa e outros, em
detrimento ao Presidente Lula? Vejamos!
Na sua
obra “Genealogia da Moral”, Nietzsche
descreve e chama a atenção para uma questão fundamental ao homem social e
político. A Moral do Senhor vs a
Moral do Escravo. Segundo Nietzsche, as pessoas se filiam em uma das duas
morais e, para que a humanidade se imponha sobre a realidade que a escraviza,
ela deve negar a Moral do Escravo e se filiar a Moral do Senhor, só assim,
seremos capazes de agir e modificar a realidade.
Pois,
bem! Qual é a Moral do Senhor e Qual é a moral do Escravo?
Nietzsche
busca uma analogia entre o Senhor e o Escravo. O Senhor é o forte, o nobre, o
corajoso, o que determina as regras e impõem a obediência submissa aos fracos.
É o que domina!
O
Escravo é o fraco, o pobre, o ressentido, o vingativo, o medroso, o que presta
obediência submissa ao mais forte. É o dominado!
O senhor
manda, o escravo obedece, o senhor define as regras, o escravo apenas as
cumpre.
Ele só consegue afirmar-se pela negação e
oposição: nega aquele a quem não consegue se igualar, define sua fraqueza como
virtude, cala-se debaixo de chibatadas, silencia-se ante as injustiças
sofridas. Destituído de sua humanidade resigna-se com a prisão, atribui à
paciência, à renúncia, à resignação, seu principal mérito. Não percebe que é
sua incapacidade de agir, de responder, de indignar-se que o levará a forjar o
poder e a força do seu Senhor.
“Assim o homem ressentido traveste sua
impotência em bondade, a baixeza temerosa em humildade, a submissão aos que
odeia em obediência, a covardia em paciência, o não poder vingar-se em não
querer vingar-se. O reino de Deus aparece como produto do ódio e do desejo de
vingança dos fracos. Porque é lá que ele aniquila o forte”. O Escravo espera o
paraíso para deixar de ser escravo, haverá de existir um mundo melhor, para
onde irei depois desta vida desgraçada!
Assim,
se estabelece a moral que nos diminui a todos. Pois, a Moral do Escravo é
passiva, reativa e limitada à força da moral do senhor.
Nietzsche
defende que adotemos todos, a moral do Senhor, pois, é esta moral que nos fará
transformar este mundo. A Moral do Senhor é ativa, dominante, forte o
suficiente para fazer as mudanças necessárias no mundo Humano. A moral do
Senhor, se impõem, valoriza a força e a criatividade, a saúde e a sabedoria, a
força da vontade e a autossuficiência Humana, rompe com a moral dos fracos e
impõem a força da moral transformadora, que é a moral do Senhor, a que devemos
adotar todos nós.
Pois
bem, Lula é o estereótipo do Escravo; traz em seus traços e trajes, mais
informais, os trejeitos de uma “raça” inferior, historicamente escravizada. Em
suas mãos calejadas, vê-se as marcas do torno que lhe deu o alimento do corpo e
lhe tomou o alimento do intelecto então na juventude, assim como a milhões de
trabalhadores, que só fazem trabalhar. Este Lula é um analfabeto! E bradam os
Senhores.
Como a
um escravo mutilado, exibe as marcas da escravidão em sua própria mão. Lula é
nordestino; desprovido de nobreza, é de origem pobre; desprovido de coragem, é
do operariado; desprovido do poder de mando. Lula é da classe que obedece e se
submete aos Senhores da mídia, do mercado, da Justiça, da verdade e agora, da
opinião que se deve ou não dar sobre suas próprias angustias de perseguido. Por
isso, não pode falar, não pode reclamar dos juros, não pode mandar seu algoz se
fuder!
Ora, isso
são modos de um Presidente? Lula não pode indignar-se e se vingar dos celerados
que o perseguiram. Lula deve se manter na moral dos Escravos; quieto e calado,
resignado ante a décadas de chibatadas cotidianas dos Senhores do Mercado e da
mídia, da Política e da Justiça.
Como
castigo, por enfrentar estes Senhores, Lula foi fisicamente encarcerado numa
solitária por 582 dias, com uma mordaça legalizada pela mais alta corte para
não mais falar. Como se fazia com os negros escravizados pelos brancos
poderosos. Sua força e seu mérito devem ser o silêncio e a negação da
vingança.
Acontece,
que não perceberam ainda, inclusive os escravos que o criticam, que Lula entrou
escravo na cadeia e saiu assenhoreado de si. Senhor de suas ideias, de seus
sentimentos, seus atos, de sua história, de suas falas. Lula está a cada dia se
assenhoreando mais, de seu papel no mundo e de seu lugar na história. Suas
falas de ontem se equivalem as de hoje, um chamado continuo para que não
aceitemos a moral do escravo e nos assenhoremos de nossa força. Lula está
dizendo que não aceita mais a moral do escravo, ele quer agora a moral do
senhor.
Fala presidente!
O que quiseres, pois só tu és o senhor de tua fala! Direito garantido por sua
história de vida inteira dedicada a causa mais nobre que se possa ter. Uma vida
digna para todos!
Autor: Prof. Westerley Santos
BH, MG 24/03/2023